As celebrações de Páscoa terminaram em Jerusalém. Devido a uma convergência de calendários, neste ano, a Páscoa dos judeus, o Pessach, coincidiu com as datas dos cristãos.
As celebrações começaram na noite dos dias 14 e 15 do mês judaico de Nissàn, que correspondeu à noite de 30 de março, ou seja, a Sexta-Feira Santa dos católicos. E continuou por mais sete dias, até a sexta-feira, 6 de abril.
Fr. ALESSANDRO CONIGLIO, ofm
Studium Biblicum Franciscanum
"Mesmo que haja uma discrepância cronológica, fica claro, nos Evangelhos, que o contexto em que ocorre a morte e ressurreição de Jesus é precisamente o da Páscoa. Jesus estava em Jerusalém por ocasião das celebrações da Páscoa, quando o Cordeiro seria sacrificado. E Jesus, como o novo cordeiro, se entregaria para libertar, para fazer a ‘passagem’, e é isso que a Páscoa quer dizer".
São muitos os ritos e de especiais significados. Como nos conta Michael Sierra, um jovem judeu de Jerusalém, o preceito fundamental é transmitir a memória às gerações futuras, através de perguntas. A lembrança é uma parte fundamental do que fazemos todos os dias e cada geração deve se ver como parte do povo judeu fora do Egito.
A história da libertação da escravidão é central para o Seder, a sequência, no jantar que acontece na primeira noite de Pessach. As fases do Êxodo são evocadas e discutidas em uma ordem pré-estabelecida, relendo o antigo texto da Haggadah. "Por que esta noite é diferente de todas as outras?", as crianças perguntam e a história começa.
Conhecemos Mirella, uma mulher judia de origem suíça, que se mudou para Israel há mais de 40 anos, e nos acolheu em sua cozinha.
MIRELLA NISSIM
Gerusalemme
"Estamos aqui em uma cozinha preparada para começar a cozinhar a comida especial para a Páscoa. A cozinha, como você vê, estava toda preparada para não se ter absolutamente nenhuma dúvida de que restariam migalhas de levedura, em lembrança, é claro, dos judeus quando deixaram o Egito e não tiveram tempo de levedar o pão. Então, nessa memória, comemos ázimo durante a semana da Páscoa."
MIRELLA NISSIM
Gerusalemme
"Durante os dias da Páscoa, temos comidas especiais provenientes de várias tradições. Agora vou mostrar o que você comeu na casa dos meus pais e, depois, o que você come em outras casas."
Dois pratos típicos são o talharim com caldo, preparado apenas com ovo e amido; ou as pequenas bolas amassadas com farinha feita do pão ázimo e cozidas em uma panela.
Alimentos e utensílios, como um velho coador herdado dos bisavós, ajudam a transmitir a memória de um povo, juntamente a outras histórias familiares.