Fr. GIUSEPPE GAFFURINI, ofm
Guardião Convento da Flagelação - Jerusalém
“Minha reação foi uma reação de choro. Depois de susto, mas o susto foi menos forte que a dor”.
A comunidade franciscana e os cristãos de Jerusalém foram feridos por um novo episódio de fanatismo religioso, quando no passado dia 2 de fevereiro um judeu profanou a Capela da Condenação, no complexo da Flagelação, derrubando e desfigurando a marteladas uma imagem de Jesus.
Uma missa de reparação foi celebrada dois dias depois por Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, com a presença do delegado Apostólico em Jerusalém e Palestina, Dom Adolfo Tito Yllana, e alguns Bispos da Terra Santa. Em sua homilia, Fr. Patton reiterou que “não há nenhum direito ao uso da violência por motivos religiosos”, condenando “o ato de fanatismo religioso e ódio”, mas também “os semeadores de ódio” que envenenam a convivência civil.
Fr. FRANCESCO PATTON, ofm
Custódio da Terra Santa
“Certamente há um clima que me preocupa. Se os governantes agem com violência, é claro que os membros da sociedade civil também se sentem legitimados para agir com violência”.
A imagem danificada estava ao pé do nicho onde foi originalmente colocada. Diante de um buquê de flores, oferecido, em sinal de solidariedade, por representantes de várias associações israelenses empenhadas no diálogo inter-religioso.
LILY HALPERIN
Associação “Tag Meir”
“Viemos pedir desculpas pelo ocorrido. O judaísmo não é assim. O judaísmo está orando por amor e paz entre as nações e entre as religiões. Estou com muita vontade de chorar, não acredito que isso aconteceu..."
JOSÉ PEPE ALALU
“Eu cresci no Peru. Estudei em uma escola protestante. Todos sabiam que eu era judeu, mas nunca me disseram uma palavra ruim! Podemos viver juntos, não precisamos estar um contra o outro."
O agressor, parado pelo porteiro do convento, reivindicou sua ação citando o livro do Êxodo, no qual Deus proíbe a adoração de ídolos.
Rabino ODED MAZOR
Sinagoga Kol Haneshama
“Há muitos versículos na Bíblia que podem ser interpretados de maneira diferente. Estamos aqui para construir paz e esperança, não para encontrar maneiras de ferir uns aos outros com base nas escrituras."
MAJED EL RISHEK
Porteiro - Santuário da Flagelação
“Infelizmente não é a primeira vez que ocorrem episódios deste tipo. Certamente é uma dor porque este é um lugar santo, aberto a todos. Felizmente conseguimos detê-lo antes que ele pudesse fazer qualquer outra coisa”.
A Via Crucis dos frades na sexta-feira, um dia após o ataque, começou simbolicamente em frente à imagem danificada. Na mesma manhã, um grupo de cônsules e diplomatas europeus visitou o santuário e manifestou proximidade à comunidade.
Fr. GIUSEPPE GAFFURINI, ofm
Guardião Convento da Flagelação - Jerusalém
“Este episódio doloroso aconteceu para nos lembrar que Jesus ainda está evangelizando, porque assim que Jesus é tocado, todos correm”.
Diante da escalada de tensões e violência na Terra Santa, Frei Patton sublinhou, mais uma vez, a necessidade de garantir a segurança de todos os locais de culto:
Fr. FRANCESCO PATTON, ofm
Custódio da Terra Santa
“A liberdade religiosa é a liberdade das liberdades. Todas as religiões do mundo têm seus próprios locais de oração e têm o direito de que esses locais de oração sejam respeitados, acessíveis, tutelados e protegidos".
Jesus, que foi condenado neste lugar como inocente, nunca respondeu ao ódio com ódio, mas com a palavra e a verdade. Mesmo no coração dos cristãos - disse o Custódio - "não há ódio nem desejo de vingança, mas um pedido de verdade e de justiça". Votos de paz para Jerusalém e para a Terra Santa.
Em Jerusalém, a abertura do ano acadêmico do SBF do STJ com a celebração solene na Igreja de São Salvador. Um ano especial pelo Centenário do Studium Biblicum Franciscanum.
Nas palavras de Fr. Massimo Fusarelli, Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, e de Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, os desafios da missão na Síria. Uma comunidade marcada pela guerra e pelo último terremoto.
125 jovens participaram da IX Marcha Franciscana na Síria. Com o título “A tua palavra está no meu coração”, os jovens sírios procuraram a palavra de Deus para fazer dela a “luz” que guia a sua vida.