Encerramento do VIII Centenário dos Estigmas de São Francisco: A paixão de Deus e do homem!

2024-09-18 14:48:06
A família franciscana celebra os 800 anos dos estigmas de São Francisco, recebidos em La Verna, na Itália. Frei Piermarco, da Custódia da Terra Santa, ajuda-nos a compreender o significado deste dom que Francisco recebeu e como podemos acolhê-lo em nossas vidas. Fr. PIERMARCO LUCIANO, ofm Vice-Mestre de Formação O pedido que Francisco faz em La Verna é precisamente o de participar plenamente na vida de Jesus, que é uma vida de paixão. Em português “paixão” não significa primeiramente dor, significa antes de tudo um amor intenso, um amor que, se quiser, é também sem medida, sem medo, que se entrega completamente. Francisco acreditou profundamente nesta verdade do Amor Apaixonado de Deus por ele e por toda a humanidade. Nas fontes franciscanas, Tomás de Celano conta-nos como ele viveu a sua vida quotidiana à maneira de Cristo. Fr. PIERMARCO LUCIANO, ofm Vice-Mestre de Formação Os frades que conviviam com Francisco sabiam muito bem como em cada dia, ou melhor, em cada momento, a memória de Jesus surgia em seus lábios, a doçura e suavidade com que ele lhes falava, o terno amor que estava com ele. Sua boca falava da plenitude do seu coração e aquela fonte de amor iluminado que o inundava, também transbordava; ele estava realmente muito comprometido com Jesus, Jesus estava sempre no seu coração, nos seus lábios, nos ouvidos, nos olhos, em suas mãos, em todos os seus sentidos. Do amor apaixonado à partilha de si, com o próprio coração de Deus. Fr. PIERMARCO LUCIANO, ofm Vice-Mestre de Formação Em La Verna, de fato, Francisco pedirá: “Que eu possa, na medida do possível para o coração humano, experimentar aquela dor e aquele amor que te levou a morrer por nós”. Portanto, celebrar os Estigmas de São Francisco significa compreender, às vezes infelizmente apenas em nível racional, que a nossa vida está escondida com Cristo em Deus. Fr. PIERMARCO LUCIANO, ofm Vice-Mestre de Formação Eu tive uma experiência maravilhosa, como capelão na Policlínica Gemelli em Roma; eu estava visitando os enfermos, de manhã levava a comunhão, e um dia pensei o que estou fazendo, estou levando Jesus a Jesus, porque se eu não levar Jesus a eles, como eles farão para ser Jesus? Bom, às vezes não temos essa consciência nem em carregar a cruz, porque é difícil, porque a cruz é pesada, mas se por um lado há uma cruz, sem dúvida por outro há um crucifixo, portanto, do outro lado há sempre Jesus! Em alguns santuários da Terra Santa, como em Nazaré, Belém e na igreja de São Salvador, junto à Custódia da Terra Santa, foram realizadas celebrações para viver como comunidade franciscana a intensidade desta graça do amor apaixonado de São Francisco pela vida de Cristo. Fr. IBRAHIM FALTAS, ofm Vigário da Custódia da Terra Santa Celebrar os 800 anos dos estigmas de São Francisco foi certamente uma grande festa! Ontem celebramos com todos os frades e hoje celebramos também com nossos jovens, alunos e crianças. Perguntei sobre a vida de São Francisco e eles sabiam, tinham todas as respostas. De fato, eles estão vivendo esta celebração conosco e esta é a nossa missão franciscana, a qual devemos fazer florescer também entre os nossos jovens, que são tanto muçulmanos quanto cristãos. Para a festa de São Francisco no dia 4 de outubro, uma relíquia de seu sangue deverá chegar à Terra Santa - afirma frei Ibrahim. Um sinal de partilha face ao sofrimento e ao medo que a guerra continua a semear entre os povos. Mas também o sinal de uma presença que não se cansa de levar paz e esperança às novas gerações. Um estudante, sabendo disso – nos conta frei Ibrahim – manifestou o seu profundo desejo de que seja um sinal de paz. Fra IBRAHIM FALTAS, ofm Vigário da Custódia da Terra Santa Esperamos que com a festa de São Francisco e a sua relíquia que chegará a esta terra. Como disse o menino: “quem sabe quando a relíquia chegar o sonho de paz se torne realidade”. É o que todos nós queremos. Bendizemos o Senhor pelo dom dos Estigmas de Francisco que acolheu o mistério de Cristo na sua carne: desde o seu nascimento em Belém, na pobreza e na humildade; na vida pura e simples em Nazaré e até Jerusalém, onde com o seu sacrifício total Jesus se entregou à vontade do Pai, doando-se inteiramente pela humanidade.

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